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Longe da zona de conforto

Por Caio Renan


Iraque, Afeganistão, Chernobyl, Cáucaso, Coréia do Norte, Egito. Esse são apenas alguns dos destinos percorridos pelos membros do programa "Não Conta lá em Casa", do canal por assinatura Multishow. Um programa de viagens nada convencional, que roda por lugares em conflito, buscando mostrar da forma mais próxima possível a verdadeira realidade que esses destinos polêmicos enfrentam.


O Casarão teve a oportunidade de conversar com o jornalista e publicitário André Fran, um dos pilares do programa. Em aproximadamente duas horas de papo, muitas histórias e lições foram compartilhadas sobre as viagens, jornalismo, as revoluções, as mídias sociais e também sobre o livro que Fran escreveu, lançado recentemente pela  editora Record, sobre suas experiências, bastidores e dicas de viagens para estes destinos um tanto inóspitos.


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O "Não Conta lá em Casa" existe desde 2009 e traz uma proposta simples: quatro amigos (três, a partir da próxima temporada) que viajam por destinos considerados, por alguma razão, polêmicos. Lugares, em geral, com conflitos, ou problemas sociais/ambientais muito graves.


"Nós já éramos amigos há muito tempo. E a gente divide esse interesse pelas grandes questões geopolíticas da humanidade. Sempre foi uma coisa nossa, a gente sempre teve vontade de ir, principalmente eu e o (Felipe) Ufo, que continuamos até hoje com o projeto. Sempre tivemos esse interesse de ir e ver com nossos próprios olhos e questionar essas verdades absolutas ou como elas são passadas pra gente através da mídia" - conta Fran, explicando a razão de realizar um programa desse tipo.


Foi assim que o programa deu seu pontapé inicial,  em Mianmar. Na época, o país - que fica ao lado da Tailândia - era uma das mais fechadas ditaduras do mundo. Na vizinha famosa, o NCLC mostrou também o maior campo de refugiados do mundo. Motivados pela primeira experiência, os aventureiros foram para a Coreia do Norte e mostraram um pouco do que eles consideraram um país a parte do mundo.  


A produção, roteiro, edição e logística do programa é toda feita pelos próprios participantes. Sem a ajuda de nenhuma equipe. Eles mesmos buscam os contatos em outros países, procuram embaixadas, buscam conhecidos em comum e partem para as aventuras. Muito por isso, eles dão grande importância às redes sociais e à internet. Temas que também fizeram parte do nosso papo, falando a respeito das revoluções na Tunísia e no Egito, e das manifestações no Brasil.



Depois do sucesso da primeira temporada, o programa seguiu e já passou por 25 lugares extremos do nosso planeta. Fran e os demais membros do programa já ajudaram missões humanitárias na Indonésia, Haiti e no Japão, sentiram o clima de guerra no Iraque, visitaram Egito e Tunísia pós-revolução e já planejam a próxima temporada do programa em um local não menos polêmico e perigoso: a Palestina.


"A gente quer mostrar e questionar essas grandes questões, exibir pro maior número de pessoas possível. E exibir isso de uma forma original é o grande desejo e continua sendo o que motiva a gente por trás do 'Não Conta Lá em Casa', diz Fran, que também falou bastante sobre a função jornalística que o programa exerce.


André Fran não esconde que é um sonhador e que seu desejo é mudar o mundo. Para todos os que tem o mesmo desejo, ele dá a dica:  "Se quatro amigos de praia, de infância,  que tinham o sonho de conhecer o mundo e exibir e atuar nas grandes questões da humanidade... Se a gente conseguiu isso, qualquer pessoa consegue realizar e ter seu impacto na sua comunidade, na sociedade e no mundo. É só querer, acreditar e correr atrás. Se a gente conseguiu, qualquer um consegue".







Então a gente vai. Mas Não conta lá em casa.

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