Navigation Menu

Movimento cultural de Niterói comemora onze anos






Por Laura Zandonadi e Thaianne Coelho


 O Movimento Arte Jovem Brasileira (AJB) completou no último mês de maio onze anos de existência e comemorou a data com uma animada festa junina, no Espaço Convés, em Niterói – casa cultural que abriga as atividades do coletivo desde o seu surgimento, em 2002. A Mostra Livre de Arte, primeira ação desenvolvida pelo AJB, teve início quando jovens amigos se reuniram na intenção de abrir espaço para os artistas da cidade. E assim este evento persiste até hoje: como resistência e valorização da cultura nacional, tendo como um de seus objetivos a circulação da arte brasileira de maneira democrática e livre.


Para isto, além das mostras mensais, o AJB promove debates sobre políticas públicas culturais em Niterói, oficinas em espaços comunitários, exposições de arte, produz documentários, edita livros de prosa e poesia, lança cd's, realiza programas de rádio e webtv... tudo de maneira independente, mas cercado de parceiros. A editora Navilouca Livros, os estúdios Baticum e Ozimbrum, a Unitevê e a rádio comunitária Pop Goiaba são alguns exemplos que fazem parte da trajetória destes onze anos de movimento.


 HISTÓRIAS QUE NÃO TÊM IDADE

Nesses onze anos do projeto, o que não faltam são histórias para contar. Entre jovens e mais experientes talentos, entre músicos, poetas, cineastas, artistas plásticos, militantes culturais, estão o Mestre, como é conhecido o escritor e percussionista pernambucano Fernando Mendez Borel, com 81 anos, e a estudante de produção cultural Ana Clarissa Fernandes, a Aninha, com 22 anos.




[caption id="attachment_1130" align="alignleft" width="178"]472831_3109265708741_1765877864_o Foto: divulgação[/caption]

Ele está no projeto há sete. Ela, há quatro anos. Ele com uma visão romântica. Ela com uma visão mais cética. Os dois, para atender o objetivo maior do Arte Jovem, que é colocar em cena o artista independente que não tem condições de apresentar o seu trabalho em outro lugar.


O Mestre está no Rio de Janeiro há 62 anos. Entre o sotaque pernambucano, “presente da mãe” que não se permite perder, e poesias recitadas, feitas em momentos em que ele “estava” poeta, sobra admiração pela iniciativa da qual faz parte. Ele explica que ainda que haja a liderança de Carlos Gomes, considerado fundador do movimento, o ambiente do projeto faz com que todos se sintam responsáveis e importantes dentro dele.


 “O ambiente familiar de integração entre os artistas que o Arte Jovem proporciona cria uma grande fraternidade e um espírito de coletividade muito forte. Além disso, proporciona também um aprendizado de produção cultural. E isso é único”, ressalta.


 Nesse aprendizado de produção cultural, está Ana Clarissa. A tesoureira do grupo, é também uma das mais novas em questão de idade. Entrou no Arte Jovem com apenas 19 anos, quando já era estudante da UFF, e sentiu na convivência com pessoas mais velhas, um forte crescimento pessoal.




[caption id="attachment_1129" align="alignright" width="294"]287124_1502106850774_836947674_o Foto: divulgação[/caption]

“Quando eu entrei para a equipe, senti que ganharia na parte pessoal e profissional. No projeto, há um grande compromisso vindo de todos os lados. Do mesmo modo, conviver com pessoas mais velhas e criar esse respeito por elas, me ajudou a lidar com outras pessoas, outros públicos. E isso é fundamental”, explica.


 Ainda que ela sinta que o projeto envelheceu, Fernando Borel continua vendo, na iniciativa, um espírito jovem sem igual. Afinal, arte não tem idade. E como ele ressaltou, “o Arte Jovem respira, transpira e exala arte, como o próprio nome já diz”.


Para conhecer mais confira o site www.artejovem.org

0 comentários: