*Por Marcela Macêdo e Gabriela Vasconcellos
Desde pequena, Laura Zandonadi, de 26 anos, já sabia o que queria. Logo cedo a cantora se apaixonou pela MPB e há dois anos decidiu gravar seu primeiro disco. Com a ajuda de amigos cantores e produtores, Laura conseguiu alavancar sua carreira e esse ano se sente realizada com o primeiro CD lançado. A cantora garante que está feliz como artista independente e que o fato de não estar veiculada a uma gravadora dá maior liberdade em seu trabalho. Ela ressalta ainda que atualmente existem artistas muito famosos que cuidam de sua própria carreira.
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Para Laura, sua grande aliada hoje é a internet. A ferramenta permite que ela divulgue seu trabalho, mostre suas músicas e conquiste fãs, que passam a apreciar seu trabalho e comprar seu CD, também lançado com o auxílio da internet, através da catarse: uma plataforma que reúne apoiadores que contribuem financeiramente para que projetos sejam concretizados.
Ouça aqui uma música de Laura.
Confira a entrevista:
vídeo por Mariana Penna
Sérgio Chiavazzoli começou sua carreira ainda criança. Aos quatro anos já "arranhava" alguma coisa no violão; aos sete já fazia bailes e pequenos shows... e não parou mais. Com muito bom humor e sorriso largo durante toda a entrevista, Chiavazzoli segurou firme no microfone e soltou o verbo, mostrando o prazer e o orgulho de ser independente: "Eu acho maravilhoso! Eu prefiro ser independente porque eu posso fazer trabalho com grandes ou pequenos artistas, desde que eu tenha prazer com aquilo", afirma.
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Como músico independente, assume múltiplas funções: é instrumentista, faz shows sozinhos e acompanha outros artistas. Além disso, é diretor musical, profissão que não é muito conhecida por leigos. "Como diretor musical eu vejo o repertório direitinho, que linha o artista vai seguir, de que forma vão ser os arranjos, como vamos alcançar o público, juntando isso à forma de pensar do artista, é claro", explica.
Há 17 anos, Chiavazzoli trabalha com Gilberto Gil , como instrumentista e também como diretor musical. Para ele, é importante que o "artista principal" reconheça a independência dos outros músicos, mas é extremamente necessário que o músico independente tenha postura. "O Gil é um dos poucos artistas no Brasil que só trabalha com músico independente. Então ele respeita isso. Se ele me convida para um evento, ele pergunta se eu posso tocar. Caso a resposta seja negativa eu indico um substituto, ou ele desmarca o show", conta.
Ele reconhece que atualmente é muito mais fácil ser independente do na época em que começou, boa parte graças à internet. O que não significa que agora seja fácil viver de música, principalmente instrumental, que segundo ele, é muito pouco reconhecida no Brasil.
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Em sua opinião, a nova geração não está acostumada a ouvir os grandes clássicos da nossa música. E falta espaço para os novos e bons artistas independentes na grande mídia. "Eles pensam a curto prazo, em algo que dê muito dinheiro. Por isso eu acho cada vez mais difícil que surjam novos Gilbertos Gil, Caetanos Veloso, enfim, novos compositores bacanas. Eles existem, mas não tem espaço", opina.
Questionado sobre os chamados "fenômenos midiáticos" - que estouram não só aqui, mas no exterior também - Chiavazzoli continua bem humorado e responde: "Tem uma pequena diferença... bons artistas brasileiros viajam o mundo todo tocando. A gente faz show no interior da França, da Alemanha, em Israel, na Turquia...a gente vai na Oceania! São lugares que essas pessoas que estão fazendo muito sucesso no Brasil, e a gente pensa que lá fora também, não vão ", afirma.
Confira a entrevista:
vídeo por Mariana Penna
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