Por Jefferson Júnior, Lucas Bueno e Matheus Lopes
O estágio caracteriza uma época de mudança na vida do estudante em qualquer área. Este é um momento de analisar como a teoria se desvenda na prática. E de tentar ampliar conhecimentos, pois há interesses e possibilidades que só podem ser observadas na prática.
O estágio também tem o intuito, no que diz respeito ao jornalismo, de apresentar as diversas áreas de aplicação, como a assessoria de imprensa e aquelas que envolvem um trabalho mais específico de redação. Também há toda uma preocupação com o início e onde começar. Vejamos um pouco dessas duas importantes questões do início da prática da teoria.
Desespero para arranjar um estágio
Para alguns, o estágio gera uma demanda feroz antes mesmo do início. O estudante se preocupa com cada situação ou problema que possa ter atrapalhado seu ingresso na empresa onde foi entrevistado. O professor do Curso de Comunicação Social da UFF Márcio Castilho observa, por sua vez, que muitos estudantes estão buscando estágio cedo demais, a maioria no segundo e terceiro períodos.
O acesso à teoria no nível que a academia permite leva os estudantes a ansiar pela oportunidade de colocar tais conhecimentos em prática. “Quando a gente começa a faculdade, fica um pouco ansioso para aplicar parte daquilo que já estávamos aprendendo no estágio. Eu fiquei nesse período de angustia até o terceiro período, quando consegui meu primeiro estágio.” Conta André Coelho, estudante e estagiário do Jornalismo da Rede Globo.
O primeiro estágio é a fonte de experiência inicial do estudante. Antes ele buscava outras formas de conhecimento, mas no estágio, as possibilidades se ampliam. “O meu primeiro estágio foi interessante porque eu não tinha nenhuma experiência efetiva no mercado de trabalho, eu vinha da monitoria, então é legal botar em prática todas aquelas coisas que você vê teoricamente na sala de aula.” Observa Vinícius Damázio, estudante que também ressalta outros ganhos: “Conhecer outras pessoas que te apresentam outras idéias, e você acaba descobrindo possibilidades que você não tem dentro da Universidade.”
O primeiro estágio é rico em aprendizado e possibilidades. Os estudantes observam, por exemplo, alguns princípios que precisarão utilizar em toda a vida jornalística. São citados por exemplo a necessidade de escrever com dead line, a qualidade da apuração e do texto.
Experiências em diversas áreas
Os alunos também dizem que a experiência do estágio pode trazer conhecimentos que vão de alguma maneira se complementar e torná-los profissionais melhores. “Eu passei por impresso, por online, por assessoria, e a minha área de interesse, meu sonho, sempre foi televisão. Eu consegui pegar o que aprendi e aplicar na TV,” observa André Coelho.
Esses estágios não só trazem conhecimentos que podem ser aplicados na busca de uma melhor produção, eles também abrem portas para novos empregos. É o que observa Vinícius Damazio: “Eu estagiava numa área que tinha principalmente interesse em energia. Acho que foi uma das razões para me contratarem no meu atual emprego, uma assessoria, já que os clientes são, majoritariamente, desta área”
Os estudantes falam que muitas vezes encontram no estágio algumas situações que os incomodam ou de alguma forma mudam um pouco sua forma de ver a profissão. Num dos casos observa-se as dificuldades da apuração que muitas vezes inclui movimentações políticas com informações desencontradas. Vinícius sintetiza algumas das dificuldades: “A rotina pesa, às vezes atrapalha os estudos, às vezes os estudos colidem com o horário do estágio, então, tem suas complicações, mas é uma experiência válida.”
Muitas vezes, os estudantes priorizam a redação como o local onde farão seu estágio, mas a possibilidade de trabalhar com assessoria também pode trazer boas experiências. “A gente sempre prioriza a redação, mas não é tão fácil entrar. Meu segundo estágio foi numa assessoria. Eu gostei, aprendi um pouco do jornalismo corporativo,” diz André.
Ouça aqui as entrevistas na íntegra:
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