A série “Não Conta lá em Casa” transmitida pelo canal Multishow apresenta uma proposta para sair do lugar comum: mostrar destinos inóspitos sob o olhar de 3 viajantes, sendo um dele André Fran, jornalista responsável por parte da produção da série e entrevistado pelo Casarão. Na terceira temporada do programa, Fran e seus parceiros, após presenciarem a reunião da Cop 15, desembarcam em Tuvalu, uma ilha paradisíaca, mas que enfrenta sérios problemas climáticos, assim como os outros destinos escolhidos. Desastres climáticos, o poder da natureza e a sustentabilidade são os temas que norteiam essa temporada.
Desde pequenos ouvimos em nosso dia a dia que o cuidado com o meio ambiente é essencial. Aprendemos isso antes mesmo de entender o que é “meio ambiente”. Meio ambiente é o local em vivemos, é o que nos cerca direta e indiretamente. É uma cadeia de ligações orgânicas e codependentes. Estamos aqui há aproximadamente 150 mil anos . O Planeta Terra contribuiu e contribui para nossa constante evolução. Somos os seres mais inteligentes, dotados da elevada racionalidade e os predadores mais eficientes. E nem um pouco sustentáveis.
Com a construção das civilizações, trouxemos as fábricas, a poluição, as cidades de concreto, a tecnologia depredatória e o uso indiscriminado das fontes renováveis Tudo isso justificado por um discurso em prol da melhoria das condições de vida individual e da sociedade. Seguindo a lógica capitalista da maximização dos lucros, nos esquecemos por um tempo que a Terra que nos abriga poderia ficar doente diante de tanta demanda. E a resposta a tanto abuso foram os desequilíbrios climáticos: tsunamis, enchentes, furacões, terremotos, o aquecimento geral do Planeta, extinção completa de espécies e fatalidades crescentes em cada um dos desastres, transmitidos para todo o Mundo.
Diante de tamanha reação, iniciativas que buscam soluções para os problemas gerados pela humanidade se multiplicaram. Uma delas é a Cop15 , reunião da ONU entre líderes do planeta em busca do comprometimento mundial no desenvolvimento sustentável. A última reunião tentou um acordo para a redução da emissão de gases causadores do efeito estufa para, assim, frear o aquecimento global. Durante os dias de reunião, não só líderes discutiam maneiras para promover uma melhora nas condições ambientes. As ruas de Copenhague foram tomadas por fóruns populares, expondo as mais diversas questões a todos os interessados.
Um apelo emocionado se destacou mundialmente dentre todos os discursos na Cop 15. Com lágrimas nos olhos, Ian Fry, pediu a cooperação mundial na redução dos efeitos do aquecimento global para salvar sua terra natal: Tuvalu, um país-ilha no meio do Oceano Pacífico, que segundo especialistas será o primeiro a ser engolido pelo mar. O tema preocupante também foi discutindo nos fóruns populares, onde a equipe do "Não Conta Lá em Casa" pode conhecer melhor a causa e nortear a viagem para Tuvalu.
Segundo relatos de André Fran durante a entrevista para o Casarão, ONGS chegam a cada semana em Tuvalu para conscientizar a população, que apesar da situação alarmante, prefere se manter alheia ao que pode acontecer. Em um país tão pequeno, é possível ver a problemática da sustentabilidade: tudo que eles consomem e todo o lixo gerado é depositado em uma parte da ilha, visível para todos e sem um destino adequado. Nas grandes cidades, a quantidade de lixo produzida tem dimensões enormes, porém após a lixeira são poucas as pessoas que buscam pensar o destino daquele material. O que mais choca as Ongs e a equipe do programa é o fenômeno da maré alta, sentido em toda a ilha, pois não só os locais próximos as praias inundam. O chão de toda ilha borbulha como se o terreno estivesse prestes a afundar. Como um aviso do que está por vir caso as atitudes atuais não sejam radicalmente mudadas.
Pensemos em ações lá de trás, quando éramos olhos inocentes e seres ainda mais frágeis perante tudo ao nosso redor. É necessário buscar as melhores escolhas e essas devem ser cada vez menos impactantes ambientalmente. Não podemos esperar apenas contaminar os outros com atitudes sustentáveis, entretanto. Nós, os morados do Mundo, devemos exigir de nossos governantes mudanças radicais que realmente tenham um impacto. Para Tuvalu existe apenas dois caminhos: motivar o Planeta a permitir que a ilha continue ou afundar no meio do oceano. Um aviso mais do que claro do que podemos enfrentar nos próximos anos.
Plantar uma árvore pode parecer ingênuo, mas consumir desenfreadamente é, sem sombra de dúvidas, estúpido. Livre-se de suas raízes e busque a diferença.
Confira o primeiro episódio da terceira temporada do programa “Não Conta lá em Casa”
http://www.youtube.com/watch?v=cntfmGUkdeY
0 comentários: