Em frente, a estrutura enorme da tirolesa estampava as cores e o logotipo de uma conhecida marca de cerveja. Atrás, um stand no formato de garrafa gigante de refrigerante chamava a atenção de quem passava. Enquanto à direita a montanha-russa remetia a uma grife de óculos, à esquerda, funcionários de um conhecido jornal distribuíam cangas para os jovens sentarem na grama e uma rede de televisão a cabo oferecia um vasto catálogo de tatuagens, todas de graça. Câmera fotográfica? Nem isso era necessário. Por toda a Cidade do Rock havia totens de uma operadora de telefonia capazes de clicar e postar fotos automaticamente nas redes sociais.
As marcas dos patrocinadores não passaram despercebidas, fizeram um festival de marketing a parte no Rock in Rio 2013. Bom para quem curte brindes-bugingaga ou para estudantes de publicidade, que fizeram um verdadeiro laboratório. Melhor ainda para a família Medina: a quinta edição do festival no Brasil arrecadou cerca de R$ 104 milhões só em acordos publicitários com mais de 70 marcas e outros R$ 88 milhões com a venda de ingressos. Segundo a organização do evento, o custo de produção ficou em torno de R$ 135 milhões.
Em comparação com a edição de 2011, em que a arrecadação com publicidade ficou na casa dos R$ 64 milhões, a cifra aumentou em mais de 60%. Méritos da herdeira Roberta Medina, que, desde quando assumiu a organização do evento, admite não ser mais o Rock in Rio um festival de música propriamente dito, e sim um evento de entretenimento. De fato, um parque de diversões anexo é um espaço muito mais propício para as ações de grandes marcas do que descampados de terra batida, cenários de antigos e, até mesmo, contemporâneos festivais que vivem na linha tênue entre sustentabilidade financeira e manutenção do formato clássico.
Para a edição de 2015, grandes marcas já fecharam novas parcerias, a Oi já renovou o contrato de patrocínio e a venda do Rock in Rio Club ocorre a todo vapor. Nesse clima em que as pessoas compram os ingressos antes da confirmação das atrações e as empresas correm para fechar os acordos publicitários, o festival se consolida como um grande movimentador da economia local. É realmente muito mais que um festival de música.
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