Por Gabriela Vasconcellos, Marcela Macêdo e Mariana Penna
A psicóloga Andréa Ávila, em entrevista, analisa o caso de Fran e afirma que as vítimas se sentem invadidas: “Geralmente são jovens, de 13 a 20 anos. O parceiro pede para que elas se mostrem, elas se mostram e quando isso vaza para todo mundo, se sentem muito mal. Seria uma forma de estupro. Não é um estupro físico, mas sim um estupro da imagem. Hoje vivemos em um mundo extremamente virtual e de exposição, em que temos sempre que estar perfeitos na rede por uma questão de autoestima. Quando essa exposição é mal vista e criticada, as meninas se tornam vazias e deprimidas, percebendo que o impulso que as levou a fazer o vídeo não trouxe nenhum ganho”.
Mas essas histórias não são exclusivas do Brasil. Outro caso que chamou a atenção da mídia foi o da jovem canadense de 15 anos, Amanda Todd. A garota cometeu suicídio após ter mostrado seus seios aos 13 anos, para um rapaz em um bate-papo. A menina foi chantageada pelo parceiro de chat, que chegou a fazer um perfil na rede social publicando suas fotos. Para fugir da situação, a adolescente passou a se automutilar e mergulhou no mundo das drogas. Após trocar de escola por duas vezes e continuar sendo perseguida pelos colegas, acabou se matando.
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Na opinião da psicóloga, a rejeição que as pessoas apresentam ao corpo e à atitude dessas garotas abrem feridas narcísicas, principalmente porque muitas não possuem o ego formado e não conseguem lidar com a situação; por isso, alguns quadros podem levar ao suicídio.
Outra questão que deve ser abordada nesse tipo de situação é a ânsia das pessoas de assistir e compartilhar tais casos, além de opinar sobre a vida da vítima, fazendo o fato tornar-se notícia. Ainda de acordo com Andréa, dois motivos justificam esses comportamentos: “Primeiramente, o sexo é um assunto tabu. Além disso, no Brasil se estabeleceu uma cultura de ‘zoação’. Tudo é ‘zoação’. Ser gordo, ser magro, ser alto ou ser baixo, tudo é motivo para se encarnar. O sexo se banalizou e também se tornou uma forma de julgamento”.
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