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Frida Baranek retorna ao lar

Em momento de crescimento da arte contemporânea no Brasil, um dos ícones do gênero retorna ao seu país de origem com duas grandes exposições


Por Jéssica Pietrani, Mariana Jardim e Mariana Pitasse




[caption id="attachment_3153" align="alignleft" width="249"]Unclassified_1992: materiais bélicos são transformados em arte Unclassified_1992: materiais bélicos são transformados em arte[/caption]

Quem caminhar pelo terceiro andar do Museu de Arte Moderna do Rio, se depara com a perfeita revelação da dicotomia entre peso e leveza. Entre as peças expostas, estão placas de aço amassadas como simples folhas de papel, materiais brutos como ferro, aço e mármore também assumem formas orgânicas, onde o equilíbrio é um dos principais elementos. As obras fazem parte da exposição “Frida Baranek – Confrontos”, aberta ao público carioca desde 30 de outubro até 5 de janeiro.


A artista carioca Frida Baranek ficou conhecida a partir da chamada “Geração 80”, e há mais de vinte anos mora no exterior. “Confrontos”, a maior exposição da artista no país, tem curadoria da historiadora da arte e pesquisadora Catherine Bompuis, que reuniu obras produzidas em diferentes cidades e épocas de sua pesquisa, entre 1985 e 2013. “Sem pretender ser uma retrospectiva, as obras de Frida escolhidas para esta exposição obedecem a uma vontade de tornar visível um percurso iniciado em 1985. Cada obra aparece como a narrativa de um momento de seu percurso. A exposição deve revelar essa experiência singular no tempo – ou melhor no tempo da obra – e compartilhá-la”, destaca a curadora.


Assista aqui matéria veiculada pela Globo News sobre a exposição.


As peças de Frida chamam atenção não só pela forma, mas pelo processo de construção e montagem cuidadosamente arquitetados - que ela explica com facilidade. “A concepção se assemelha a um projeto de uma casa. Antes de colocar a mão na massa, é necessário fazer um orçamento e planejar estruturalmente, onde cada peça será colocada. Minhas obras são feitas em etapas, mas não necessariamente saem como planejado. Às vezes, do ‘erro’, surgem novas formas interessantes”, afirma a artista, que também é formada em arquitetura.


Entre as obras está exposta “Unclassified”. Com mais de quatro metros de altura e 1,5 tonelada, é construída com partes de aviões excedentes da indústria militar americana e sucata de aço inox. A peça, feita há 20 anos para a exposição “Latin American Artists of the XX Century”, do MoMA de Nova York, é a principal representante das produzidas a partir de materiais brutos. “Sempre trabalhei com eles e acho que não os escolhi, eles é que me escolheram. Minha formação me colocou em contato com materiais industriais e aprendi a me expressar pelo significado que eles podem assumir”, explica.


Novas instalações também foram pensadas para o espaço do MAM, entre elas está “Armadilha”. Feita em ferro e arame galvanizado, a grande escultura arredondada tem 3,20m de diâmetro, e 2,70m de altura. “Ela é composta por um único fio condutor, que constrói toda a estrutura da obra. É uma alusão a armadilhas figurativas, a uma metáfora à própria obra de arte”, destaca Frida. “O espaço de uma exposição é um espaço de captura do pensamento, que mantém suas vítimas – os visitantes – em suspensão. Nesta peça, o espectador transfere seu corpo para dentro dela“, observa.


Além das grandes instalações expostas no MAM, é possível ver mais Frida Baranek na H.A.P Galeria. Desde a última semana, a galeria apresenta um conjunto cronológico de peças produzidas pela artista entre 1994 a 2011. Com caráter retrospectivo, a mostra reúne três esculturas além de gravuras. “As duas exposições são complementares e formam visão plena completa da obra”, afirma a artista. A H.A.P Galeria fica na Rua Abreu Fialho, 11, no Jardim Botânico.


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