População reclama da saúde em Saquarema

Por João Pedro, Lucas Raposo e Vinícius Damazio

Enquanto a prefeitura promete um hospital de última geração, a população não está muito animada quanto à novidade. Para Rosileine de Mendonça Ponciano, 42 anos, a situação da saúde no município não está boa.

“O atendimento é muito ruim. Eu, que morava no Rio, tinha melhor atendimento nos postos de saúde. No Rio, conseguia marcar e fazer exames no mesmo dia, aqui não consigo. Geralmente me colocam em uma fila de espera de muito tempo. Só consegui marcar um exame para dezembro”, afirmou a empregada doméstica.

De acordo com todos os entrevistados, as maiores dificuldades na saúde de Saquarema são a falta de instalações de qualidade e a demora no atendimento. Segundo Waldecir Duarte, 41 anos, comerciante e morador de Sampaio Corrêa, o problema no atendimento é o mais grave: “Vou para o Rio agora para ser atendido e conheço muitas pessoas que estão indo para Saracuruna, Caxias, fazer exames mais complexos. Aqui está sem”. A falta de médicos e o despreparo dos profissionais também foram citados por Waldecir.

“Cadê os médicos bons de verdade da cidade? Está largada a saúde publica. Os enfermeiros são completamente despreparados. Mês passado meu irmão deu entrada no hospital sofrendo AVC e o enfermeiro foi dando injeções sem perguntar nada, se ele era alérgico a alguma coisa ou já tinha tido problemas anteriores. Minha sobrinha que o impediu de continuar, arrancando a seringa da mão dele”, denunciou o comerciante.

Alguns moradores estão indo para cidades vizinhas para conseguir auxílio ou até mesmo recorrer ao atendimento particular. Foi o caso do mecânico Ricardo Jesus da Silva, de 32 anos.

“Quando estava com problema na coluna, tive que pagar R$ 300,00 no particular em Cabo Frio para conseguir fazer o exame, porque o SUS só conseguiria me marcar para oito meses depois. Depois ainda tive que pagar mais R$ 60,00 para conseguir uma consulta, para o médico me receitar o remédio de que precisava. Hoje não dá para depender do SUS, ou eles não oferecem o atendimento ou demora meses para se conseguir uma vaga. A chance é tentar no particular ou em outra cidade. Até para quem tem plano de saúde a coisa está feia”, declarou Ricardo.

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