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Campeões das Barras

por Ariel Cristina Borges e Maria Clara Vieira


Atualmente, atletas do mundo todo lutam pelo reconhecimento do Pole Dance como esporte e como forma artística de dança, uma vez que há o desafio de se driblar o preconceito, distanciando a atividade dos shows em casas de strip-tease. Muitos eventos contam com regras restritas de vestimenta, com foco no atletismo e no fator artístico das coreografias em vez do erotismo e da sexualidade. A modalidade já conta com campeonatos nacionais, dentre os quais se destaca o Campeonato Brasileiro, e internacionais, como o Pole World Cup, que acontece no Brasil mas recebe atletas de outros países. A avaliação do júri leva em conta a dificuldade dos movimentos realizados, a qualidade da execução dos movimentos obrigatórios de cada categoria, além do figurino da atleta. Há ainda competições específicas para a prática do sexy Pole.


Em abril deste ano, foi realizado o III Pole World Cup, no qual as atletas Natália Roque, Anne Eyer e Lena Santos representaram o estúdio Pole Dance Niterói. Anne disputou o prêmio pela segunda vez, tendo participado também do Panamericano Championship, que não acontece mais. Lena, de 22 anos, ficou em terceiro lugar no Pole World Cup, além de já ter disputado o Campeonato Brasileiro em setembro de 2013, ambos na categoria amadora. Este ano, pretende tentar novamente o nacional na categoria semiprofissional.


Lena veio de Belém - Pará com o objetivo de estudar dança, na UFRJ. Já treinou em escolas de circo e faz aulas de mastro chinês - modalidade circense na qual os artistas de utilizam de uma barra para realizar acrobacias. Aproximou-se da modalidade já na graduação, onde conheceu Natália. Ela explica que, em campeonatos, nota-se forte presença do pole fitness, estilo marcado por movimentos acrobáticos arriscados. “Acho que acaba perdendo um pouco do elemento dança e tento mudar isso", opina. "Gosto de fazer uma coreografia de solo bonita, de realizar sequências mais cadenciadas e passar de um movimento para outro de modo mais dançante, sem tantas quebras".


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Para meninos

Em seus múltiplos estilos, a prática do Pole Dance é conhecida por desenvolver a força física e flexibilidade do atleta. Engana-se quem pensa que este é um exercício "só para meninas". Há três meses. o empresário Rafael Corrêa, de 32 anos, inaugurou a classe masculina do estúdio Pole Dance Niterói. Faixa preta em jiu-jitsu e ex-nadador, Rafael conta que se interessou pelo esporte devido à capacidade física que as atletas exibem: "Sempre gostei muito de me exercitar, e elas mostravam ter muito mais força para executar movimentos que eu não estava acostumado. Queria aprender a ter uma força diferente daquela de levantar peso. A academia dá uma força “quadrada”, você só exercita um músculo ou outro. O Pole me dá uma força mais funcional, mais completa". "Meus amigos já demonstraram interesse. Perceberam que podem levantar 80kg na academia, mas não conseguem fazer os movimentos do Pole. Então viram que realmente é preciso muito esforço, muito treino".

Foi necessário abrir uma turma exclusiva quando Rafael decidiu se aventurar no pole fitness. Segundo o entrevistado, as outras atletas não se sentiam à vontade com a presença de um homem na sala, mesmo com a namorada dele por perto. "Mas aos poucos elas se acostumaram comigo, e hoje já faço aulas com outras meninas", afirma Rafael. O empresário, entretanto, conta com alguns exercícios especiais, preparados pela professora Lena Santos, que dá prioridade aos movimentos que exijam força, em detrimento da flexibilidade. Rafael já viajou para assistir campeonatos de Pole Dance, mas diz não tem vontade de competir. "Pratico pole fitness para ultrapassar barreiras. Eu tenho 1,94 metros e peso 100 kg. Estou provando para mim mesmo que consigo fazer isso".

Rafael2

Um comentário:

  1. […] mais que exista um grupo de atletas focado na luta para que a modalidade seja reconhecida como um esporte, não há como desassociá-la completamente de seu lado erótico. Não é à toa que existem […]

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