Por Clara Barreto e Gabriela Novaes
Mesmo depois de o prédio ser reaberto, os alunos, professores e funcionários do Instituto de Biologia (IB) da Universidade Federal Fluminense (UFF) ainda têm medo de frequentá-lo por sua estrutura estar comprometida. Depois de conseguirem uma promessa da reitoria de realização de uma audiência pública, dia 11 de setembro, para discutir suas demandas, eles decidiram voltar às atividades.
Na audiência, serão analisadas pela reitoria as exigências dos alunos, que englobam: laudo técnico da empresa contratada sobre a integridade do prédio; data para entrega do prédio novo, no Campus Gragoatá; e um local seguro e com condições de receber os equipamentos laboratoriais durante esse tempo.
Segundo o diretor do Diretório Acadêmico e estudante do sétimo período de Biologia, Bruno Lima, o prédio foi liberado para uso, porém não pode abrigar todos os laboratórios. “Alguns voltaram a funcionar, mas outros não. Nós retornamos às aulas, mas alguns alunos da pós-graduação – que não têm aulas, apenas pesquisas – se recusam a voltar até o que o laudo saia”, disse ele.
Risco de desabamento?
O prédio, localizado no Campus Valonguinho, foi interditado no dia 18 de agosto quando, depois de uma temporada de chuvas, alunos do Instituto perceberam que algumas vigas que sustentam as divisórias dos laboratórios estariam começando a envergar. Desde então, alunos e professores do IB decidiram parar os trabalhos e se mobilizar para que as aulas e os laboratórios fossem realocados, esperando um posicionamento da reitoria.
Na ocasião, a direção do Instituto entrou em contato com a Superintendência de Arquitetura e Engenharia (SAEN) da própria universidade para dar um parecer técnico. O engenheiro que vistoriou o local decidiu que o prédio podia ser liberado, mas que seria melhor que os equipamentos dos laboratórios fossem trocados de lugar, pois o seu peso estava comprometendo os segundo e terceiro andares.
Segundo uma aluna do quinto período, que preferiu não se identificar, não é a primeira vez que o prédio apresenta problemas estruturais. Em 2009, foram constatadas grandes rachaduras, segundo ela, posteriormente cobertas com jornal e massa corrida. Naquele mesmo ano, o novo prédio do IB começou a ser construído no Campus Gragoatá, com previsão de entrega até 2011. Após as chuvas de 2010 (quando aconteceram os deslizamentos no Morro do Bumba), mais rachaduras e infiltrações foram encontradas, mas nada foi feito. Atualmente a previsão de entrega do novo prédio é 2015.
Os laboratórios do Instituto também são utilizados por alunos dos cursos de Medicina, Biomedicina e Farmácia, que também foram afetados.
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