Por Bruno Marques, Pedro H Lima e Thiago Vaz
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O professor de comunicação social da Universidade Federal Fluminense (UFF) Adilson Cabral, afirmou que o serviço de streaming vai reposicionar as emissoras de TV aberta, mas não acredita no "fim da TV aberta no Brasil". Adilson, que coordena o EMERGE - Centro de Pesquisa e Produção em Comunicação e Emergência - da UFF, falou também sobre o perfil do assinante da rede e a influência das redes sociais nesse cenário de expansão de conteúdos online.
Qual a influência do Netflix no futuro da TV aberta no Brasil? E nas TVs por assinatura?
ADILSON CABRAL - O Netflix vem impulsionando o reposicionamento das emissoras de TV aberta para a necessidade de dialogar com um mercado consumidor que trabalha com a lógica de montar uma programação própria. A TV por assinatura leva relativa vantagem por ter oferta mais ampla, mas não significativa, pois os pacotes são muito engessados.
Você crê em uma migração dessas pessoas da televisão para a programação online?
Migração de usuários que se assumem autoprogramadores sim, mas não são significativos em termos de mercado brasileiro se pensarmos nas diferentes praças do país. É significativo do ponto de vista da queda de audiência com a qual a TV aberta lida. Mas não creio no fim da TV aberta no Brasil por dois motivos: mídias regionais e pelo poder político de parlamentares e mandatários locais que mantém esse modelo de negócio em função de suas atividades. Ressalto que essa concepção é minoritária entre pesquisadores da área, mas compreendo este como um cenário é diferente dos EUA e Europa, onde a TV aberta já está acabando.
Quais são os erros e acertos no planejamento de marketing do Netflix em nosso país?
Creio que a empresa ainda não conhece direito o mercado brasileiro e dialoga mais com heavy users. Quando começarem a entender demandas e dinâmicas específicas de nosso mercado a briga vai começar a ficar boa.
Quais as características comuns entre usuários do Netflix?
Gosto por linguagens e conteúdos fora dos padrões convencionais de gêneros televisivos, como as séries e programas como o TED.
Em sua opinião, o que acarreta esse rápido crescimento da empresa no país?
A TV aberta está ficando perdida e os consumidores estão buscando novas formas de consumo diante do "encaretamento" da TV aberta e do engessamento da TV por assinatura.
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