![]() |
(Paula Fernandes/UFF - Niterói) |
Por Sasha Lima
A falta de vagas ou a ausência de universidades próximas ao município de origem levam os estudantes, muitas vezes, a migrarem em busca da oportunidade. Em 2013, o MEC calculou em 13% o número de calouros que mudaram de Estado para cursarem a faculdade. Neste cenário, a oferta de moradia estudantil torna-se uma das políticas mais importantes dentro do sistema de educação superior.
Na Universidade Federal Fluminense(UFF), uma das maiores do Brasil
em número de alunos nos cursos presenciais (46.345), a moradia é uma das mais antigas demandas dos estudantes. Em 2013, a instituição inaugurou 314 vagas no campus do Gragoatá, em Niterói, e outras 48 em Rio das Ostras. O número, no entanto, é insuficiente para atender ao número de pedidos. As bolsas de assistência estudantil, oferecidas através da Pró-reitora de Assuntos Estudantis (PROAES), também não suprem a necessidade de manutenção de universitários que estão longe de casa.
Segundo a UFF, a moradia estudantil ampara alunos em vulnerabilidade econômica e que
moram a, no mínimo, 32 km de distância da universidade. A seleção é feita em quatro etapas: visita domiciliar, análise econômica, entrevista e exame médico.
Segundo a Coordenação de Gestão da Moradia, em resposta por e-mail, "Os números (de vagas disponíveis)
variam muito em função do número de alunos que se formam no período". No
primeiro semestre de 2018, foram 68 vagas.
Mas a maior reivindicação nos últimos meses é a reativação da Casa do Estudante Fluminense. O espaço, que servia de moradia até 2013, foi
abandonado pela instituição depois da inauguração dos prédios nos campi de Niterói e Rio das Ostras.
Sucateado, o prédio, que possuía todas as condições para aumentar o número de vagas de moradia, foi ocupado por estudantes há quase 150 dias. Os ocupantes buscam auxílio da comunidade e divulgam a luta por meio de página no Facebook com o mesmo nome, Casa do Estudante Fluminense (CEF). Lá contam a história do lugar e divulgam suas necessidades e eventos.
Em panfleto publicado do perfil explicam os motivos da ocupação: “Desde de 1925 abrigando estudantes pobres, a Casa do Estudante Fluminense vem sendo espaço de luta pela permanência estudantil, garantindo o direito à educação e reduzindo as desigualdades sociais e geográficas, hoje, moradia autogestionada pelos estudantes de forma horizontal e órgão político de resistência.”
Sucateado, o prédio, que possuía todas as condições para aumentar o número de vagas de moradia, foi ocupado por estudantes há quase 150 dias. Os ocupantes buscam auxílio da comunidade e divulgam a luta por meio de página no Facebook com o mesmo nome, Casa do Estudante Fluminense (CEF). Lá contam a história do lugar e divulgam suas necessidades e eventos.
Em panfleto publicado do perfil explicam os motivos da ocupação: “Desde de 1925 abrigando estudantes pobres, a Casa do Estudante Fluminense vem sendo espaço de luta pela permanência estudantil, garantindo o direito à educação e reduzindo as desigualdades sociais e geográficas, hoje, moradia autogestionada pelos estudantes de forma horizontal e órgão político de resistência.”
Questionada, a Reitoria afirmou, em entrevista ao jornal O Fluminense publicada em novembro de 2017, que, por falta de verba para manter o local, abriria novas vagas
na moradia do Gragoatá e ampliaria do número de bolsas de auxílio. Porém, de acordo com um estudante que participou da ocupação e prefere manter o anonimato não houve uma negociação efetiva
"A Reitoria só tentou nos expulsar de lá de forma 'diplomática', com proposta de bolsa".
"A Reitoria só tentou nos expulsar de lá de forma 'diplomática', com proposta de bolsa".
Na eleição para reitor em 2014, o assunto esteve em pauta, constando das promessas de campanha da Chapa 2, vitoriosa. Conforme texto divulgado à época, a proposta era a de "Investir fortemente no
apoio ao estudante, por meio de programas de combate à evasão e à retenção, e
programas de assistência estudantil, com ênfase no aumento da quantidade e
valor das bolsas, construção de novos restaurantes universitários e
moradias estudantis nos campi do interior e extensão dos ônibus
urbanos para todos os campi no interior". Quatro anos depois, a promessa não se realizou.
De volta à disputa eleitoral, e em meio à crise que assola as universidades públicas, o assunto volta a ser debatido. Nos próximos dias 14, 15 e 16 de maio, estudantes, funcionários e técnicos terão a chance de escolher qual chapa (reitor
e vice-reitor) vai administrar a universidade pelos próximos quatro anos. Os projetos de melhoria estão disponíveis
no portal da UFF. Entre eles, a extensão das moradias aparece de maneira
relevante para as chapas 1 (Antônio Claudio e Fabio Passos) . Segundo o aluno da ocupação que preferiu não se identificar, os estudantes não acreditam nas propostas vindas da reitoria.
0 comentários: