Inscrições estão abertas para turmas iniciantes de Inglês, Espanhol, Alemão, Italiano e Francês
Programa integra alunos a processos de globalização (Foto: Domínio Público)
Por: Thaís Gesteira
Dominar um segundo idioma, hoje, não é mais luxo. Requisito para a maioria das vagas oferecidas no mercado de trabalho, dominar uma língua estrangeira se tornou necessidade. Entretanto, os cursos particulares costumam ter preços super altos e esses valores ficam completamente fora do orçamento de grande parte dos estudantes da universidade pública. Sendo assim, os alunos cujo famílias puderam arcar com tal investimento ao longo de sua formação, acabam se destacando no universo acadêmico e profissional. Visando reduzir tal desigualdade, a Universidade Federal Fluminense (UFF) oferece o Programa de Universalização em Línguas Estrangeiras (Pule). Para o próximo semestre letivo, as inscrições estão abertas até 11 de julho.
Criado em 2012, através de uma iniciativa da Superintendência de Relações Internacionais, em parceria com a Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (Proaes), Fundação Euclides da Cunha, Instituto de Letras e Departamento de Letras Estrangeiras Modernas, com o objetivo de promover a igualdade de oportunidades entre os alunos, o Pule oferece dezenas de vagas gratuitas, por semestre, para o aluno da UFF que se encontra em situação de vulnerabilidade socioeconômica.
“Além de promover a igualdade e contribuir para inserção do aluno no processo de internacionalização da universidade, espera-se também que o aluno, ao entrar e contato com outras línguas e culturas, possa agregar valor a sua formação acadêmica e profissional”, diz Lívia Reis - coordenadora do Pule.
São sete as línguas estrangeiras - inglês, espanhol, alemão, francês, italiano, chinês e russo - oferecidas, prioritariamente, para aqueles que participam dos programas de assistência estudantil da Proaes. Hoje, a sobrevivência do programa é fruto de um esforço conjunto dos órgãos que o criaram e do Centro de Línguas e Cultura da UFF, mas há outros personagens de extrema importância para sua continuidade: os instrutores.
Alunos de Letras, os instrutores do Pule dedicam as manhãs de seus sábados ao compartilhamento de conhecimentos. Como remuneração pelo trabalho que envolve aulas e planejamentos, recebem R$ 400,00 mensais. Dedicação, nesse caso, é a palavra-chave, uma vez que eles trocam parte de seus raros dias de descanso pelas salas de aula. Lídia Rocha, 21 anos, é uma das instrutoras de inglês. Oriunda de Nova Friburgo, região serrana do Rio de Janeiro, ela precisa adiar sua volta para casa todos os finais de semana. No entanto, ciente da importância que as aulas têm para os alunos, não se deixa desmotivar.
“Algumas vezes eu posso até estar com um problema e pensar ‘hoje não vou conseguir falar nada’, mas eu chego na aula e me faz tão bem a troca de conhecimentos… porque eu não possuo conhecimento e passo, a gente troca… E é muito importante para mim poder contribuir de alguma forma para modificar um pouquinho a vida das pessoas, assim como elas modificam a minha vida todos os sábados”, afirma.
De acordo com Lídia, apesar do projeto ser de grande importância, a falta de investimentos em infraestrutura é um agravante. A falta de caixas de som, por exemplo, prejudica o desenvolvimento de atividades de áudio.
“Grande parte do que atrapalha isso é a burocracia. Verba a gente tem, mas a burocracia é gigante para que essa verba seja aplicada. Na próxima semana, vamos ter prova e não sei se o som vai funcionar para o listening [atividade onde o aluno ouve áudios em inglês]”, explica. “Não há suporte federal para equipamento, mas esse é um problema da universidade pública, infelizmente”, completa.
Um dos alunos de Lídia é João Victor Lima, 20. O estudante de Enfermagem sempre quis fazer inglês, desde pequeno, mas sua família não tinha condições de pagar um curso. Ao chegar na universidade, no entanto, encontrou no Pule a oportunidade de chegar mais perto de seu principal objetivo: seguir no caminho acadêmico.
“Quando entrei na UFF, já sabia que teria que fazer inglês e comecei a pesquisar os programas que a faculdade oferecia. Encontrei o Prolem, mas tive que descartar porque era pago e eu não teria dinheiro. Depois eu descobri o Pule, fiz a prova de nivelamento e entrei”, conta João, que afirma não ter encontrado dificuldades para fazer sua inscrição.
Para Philipe de Faria, 21, estudante de Direito e de curso de inglês, devido aos processos de globalização e às relações criadas internacionalmente, o aprendizado de outros idiomas possui grande valor. Segundo o estudante, entender as línguas faladas pelo mundo é um diferencial para o futuro profissional e o Pule é uma importante ferramenta nesse âmbito.
“Hoje as relações estão cada vez mais expandidas e no Direito isso não é diferente. As grandes empresas e escritórios são multinacionais e o entendimento de outra língua nos coloca sempre a frente”, afirma. “O Pule é uma grande ferramenta para tentar igualar os candidatos menos favorecidos nessa disputa por boas vagas. Uma medida fundamental para tentar equilibrar uma balança tão desregulada”, finaliza.
“Além de promover a igualdade e contribuir para inserção do aluno no processo de internacionalização da universidade, espera-se também que o aluno, ao entrar e contato com outras línguas e culturas, possa agregar valor a sua formação acadêmica e profissional”, diz Lívia Reis - coordenadora do Pule.
São sete as línguas estrangeiras - inglês, espanhol, alemão, francês, italiano, chinês e russo - oferecidas, prioritariamente, para aqueles que participam dos programas de assistência estudantil da Proaes. Hoje, a sobrevivência do programa é fruto de um esforço conjunto dos órgãos que o criaram e do Centro de Línguas e Cultura da UFF, mas há outros personagens de extrema importância para sua continuidade: os instrutores.
Alunos de Letras, os instrutores do Pule dedicam as manhãs de seus sábados ao compartilhamento de conhecimentos. Como remuneração pelo trabalho que envolve aulas e planejamentos, recebem R$ 400,00 mensais. Dedicação, nesse caso, é a palavra-chave, uma vez que eles trocam parte de seus raros dias de descanso pelas salas de aula. Lídia Rocha, 21 anos, é uma das instrutoras de inglês. Oriunda de Nova Friburgo, região serrana do Rio de Janeiro, ela precisa adiar sua volta para casa todos os finais de semana. No entanto, ciente da importância que as aulas têm para os alunos, não se deixa desmotivar.
“Algumas vezes eu posso até estar com um problema e pensar ‘hoje não vou conseguir falar nada’, mas eu chego na aula e me faz tão bem a troca de conhecimentos… porque eu não possuo conhecimento e passo, a gente troca… E é muito importante para mim poder contribuir de alguma forma para modificar um pouquinho a vida das pessoas, assim como elas modificam a minha vida todos os sábados”, afirma.
De acordo com Lídia, apesar do projeto ser de grande importância, a falta de investimentos em infraestrutura é um agravante. A falta de caixas de som, por exemplo, prejudica o desenvolvimento de atividades de áudio.
“Grande parte do que atrapalha isso é a burocracia. Verba a gente tem, mas a burocracia é gigante para que essa verba seja aplicada. Na próxima semana, vamos ter prova e não sei se o som vai funcionar para o listening [atividade onde o aluno ouve áudios em inglês]”, explica. “Não há suporte federal para equipamento, mas esse é um problema da universidade pública, infelizmente”, completa.
Um dos alunos de Lídia é João Victor Lima, 20. O estudante de Enfermagem sempre quis fazer inglês, desde pequeno, mas sua família não tinha condições de pagar um curso. Ao chegar na universidade, no entanto, encontrou no Pule a oportunidade de chegar mais perto de seu principal objetivo: seguir no caminho acadêmico.
“Quando entrei na UFF, já sabia que teria que fazer inglês e comecei a pesquisar os programas que a faculdade oferecia. Encontrei o Prolem, mas tive que descartar porque era pago e eu não teria dinheiro. Depois eu descobri o Pule, fiz a prova de nivelamento e entrei”, conta João, que afirma não ter encontrado dificuldades para fazer sua inscrição.
Para Philipe de Faria, 21, estudante de Direito e de curso de inglês, devido aos processos de globalização e às relações criadas internacionalmente, o aprendizado de outros idiomas possui grande valor. Segundo o estudante, entender as línguas faladas pelo mundo é um diferencial para o futuro profissional e o Pule é uma importante ferramenta nesse âmbito.
“Hoje as relações estão cada vez mais expandidas e no Direito isso não é diferente. As grandes empresas e escritórios são multinacionais e o entendimento de outra língua nos coloca sempre a frente”, afirma. “O Pule é uma grande ferramenta para tentar igualar os candidatos menos favorecidos nessa disputa por boas vagas. Uma medida fundamental para tentar equilibrar uma balança tão desregulada”, finaliza.
Inscrições
As inscrições para as turmas iniciantes do Pule estão abertas até o dia 11/07. As aulas acontecem aos sábados em Niterói, Rio das Ostras, Campos dos Goytacazes e Volta Redonda. O curso, que tem duração de seis semestres, é totalmente gratuito. O material didático, inclusive, é fornecido aos alunos em regime de empréstimo. A inscrição deve ser realizada em duas etapas, uma online e outra presencial.
Para cursar qualquer um dos idiomas oferecidos pelo programa, basta atender aos seguintes requisitos: ser aluno regularmente matriculado nos cursos de graduação da UFF; ter no máximo 50% da carga horária prevista para integralização de seu curso; ser iniciante na língua que deseja cursar - as provas de nivelamento são realizadas no primeiro semestre.
A seleção leva em conta critérios socioeconômicos e de desempenho acadêmico do candidato. As aulas de 2018.2 terão início no final de agosto.
Para cursar qualquer um dos idiomas oferecidos pelo programa, basta atender aos seguintes requisitos: ser aluno regularmente matriculado nos cursos de graduação da UFF; ter no máximo 50% da carga horária prevista para integralização de seu curso; ser iniciante na língua que deseja cursar - as provas de nivelamento são realizadas no primeiro semestre.
A seleção leva em conta critérios socioeconômicos e de desempenho acadêmico do candidato. As aulas de 2018.2 terão início no final de agosto.
O edital, com todas as informações, está disponível em: http://bit.ly/PULE2018
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