Alunos dos campis do Rio das Ostras e de Niterói pedem bandejão
e moradia estudantil.
Por Alex Oliveira
Com a reivindicação de um restaurante
universitário, estudantes do Campus do Rio das Ostras, juntamente com moradores
da CEF (casa do estudante federal), ocuparam a reitoria no dia de ontem (02/10).
O Casarão esteve presente no início da
ocupação para apurar os motivos que levaram os estudantes a ocuparem o prédio
da UFF, em Icaraí.
“Só uma ação direta poderia
resolver” Bernardo, estudante de Serviço Social do campus da UFF de Rio das
Ostras. Segundo o aluno, a UFF em setembro de 2017 recebeu um milhão de reais
em emenda parlamentar do Deputado Federal Glauber Rocha para a construção do
Bandejão em Rio das Ostras, pauta antiga do movimento estudantil de sua cidade.
Bernardo diz que a reitoria se omite em dar uma resposta aos estudantes em relação
a emenda parlamentar que foi enviada para a construção do Restaurante
Universitário em Rio das Ostras, visto que a data final para empenhamento
dentro da universidade é dia 30 de novembro, e a reitoria apenas prolonga o
fato. Bernardo nos conta que a ocupação foi a única forma que o movimento
estudantil encontrou para resolver esta pauta, pois inúmeras reuniões já foram
realizadas. O futuro assistência social diz que o campus de Rio das Ostras sofre
com a evasão dos alunos, e que além da falta do Bandejão, eles sofrem com a falta
de vagas para a moradia estudantil e do BUSSUF, e acrescenta: “Diversos
professores nos ajudam com trocados para chegarmos na universidade”.
(Foto: Alex Oliveira/ O Casarão)
Uma estudante que prefere não se
identificar, que ocupa a CEF (Casa do Estudante Federal) onde a pauta é a moradia
estudantil em Niterói, conta que eles tiveram a luz cortada na tarde de
segunda-feira (01/10), e isso resultou na falta de água também. “Já sabíamos da
organização para ocupar a reitoria, iriamos dar uma força, mas agora estamos
juntos neste processo de ocupação”. Ela relata também, que os moradores da Casa
do Estudante Federal vêm passando por dificuldades, como por exemplo, a falta
de alimentação, gás e produtos de limpeza. “Estamos precisando de ajuda” relata
a moradora da ocupação, que irá completar um ano de existência no mês de novembro.
Um vídeo transmitido ao vivo no Facebook
mostra como foi o momento exato do inicio da ocupação da reitoria: Clique aqui.
A policia federal foi acionada
pela reitoria. Um vídeo mostra o momento exato em que a Policia Federal chega
na reitoria: Clique aqui.
Um estudante disse para O Casarão
que a Policia Federal usou da truculência para abrir a porta da universidade,
mas depois conversam normalmente para mediar a situação com a universidade e
logo depois foram embora
O movimento de ocupação da
reitoria pede além do religamento de energia da Casa do Estudante Federal,
melhorias na assistência estudantil e a inclusão da construção do Bandeijão em
Rio das Ostras em um terreno que está sendo destinado a ser um estacionamento.
Segundo os estudantes, diversas reuniões foram feitas, um ato no CUV com 120
pessoas, mas a reitoria põe empecilhos, e a ocupação foi a única maneira que
encontraram para buscar a concretização da construção do restaurante
universitário.
(Foto: Correnteza UFF)
Por meio de sua assessoria de imprensa, a reitoria da UFF emitiu uma nota sobre a ocupação dos estudantes da uff, ao qual ela denomina de "Invasão":
"Sobre o fato ocorrido no dia primeiro de outubro, quando estudantes do Campus de Rio das Ostras invadiram o prédio da reitoria e bloquearam os seus acessos com cadeados nas portas, esclarecemos os seguintes fatos:
1) Todas as vezes que os estudantes apresentaram as suas demandas, a gestão se portou com diálogo. Para a situação específica em Rio das Ostras, atuamos de maneira enérgica para tentar encontrar a solução adequada para atender o pedido dos estudantes de um restaurante universitário. Primeiramente, foram realizadas duas reuniões no gabinete da reitoria, em meados de julho, com a presença do Vice-Reitor, dos Pró-Reitores de Planejamento e de Assistência Estudantil, do Superintendente da SAEN, dos dois diretores e de representantes dos estudantes daquele campus, nas quais foi analisada a situação. Recentemente, foi criado um Grupo de Trabalho, composto por representações discentes de todos os campi de expansão, seus diretores de unidade e representantes da reitoria.
2) Além disso, a SAEN realizou, recentemente, duas visitas ao campus, uma em conjunto com órgãos da prefeitura, para buscar uma solução adequada. A questão fundamental é que o restaurante universitário não está previsto no Plano Diretor da Unidade. Ademais, o único terreno livre para construção já tem um projeto básico e executivo pago, da ordem de R$ 480 mil. Tal prédio (blocos A e B) estava previsto na expansão dessa unidade acadêmica. Desse modo, a alteração deste projeto configuraria – pelos órgãos de controle –improbidade administrativa, conforme consta do parecer da Procuradoria junto à nossa universidade.
3) Ao tentar pensar em outra solução, como a utilização dos demais terrenos que cercam o campus de Rio das Ostras, a SAEN foi informada pela prefeitura, na última quinta-feira (27/09), que estes espaços não estão legalmente disponíveis para a construção do restaurante universitário.
4) Cabe ainda ressaltar que a UFF, como os demais órgãos públicos, está sob a tutela da emenda constitucional nº 95/2016, que congela os investimentos da União por 20 anos. Assim, a previsão que temos é de estagnação do nosso orçamento no atual patamar, o qual já nos coloca em difícil situação para a manutenção de todos nossos serviços.
5) A emenda parlamentar no valor de R$ 1 milhão destinada à obra de um restaurante universitário é muito inferior ao custo estimado de R$ 10 milhões para a implantação deste equipamento. Ademais, o acréscimo de um novo restaurante acarretaria um aumento considerável em nosso custeio, o que ensejaria um desbalanceamento de nossas contas, sobretudo em virtude de um preço fortemente subsidiado há anos, no valor de 70 centavos para os estudantes.
6) A atitude dos estudantes de romper o diálogo deu-se unilateralmente, uma vez que todos os compromissos assumidos foram honrados. Uma próxima reunião para debater a situação do campus de Rio das Ostras já estava prevista, mas a decisão intempestiva e antidemocrática de invasão da reitoria e de interdição desse diálogo interrompeu tal cronograma."
Para ler a nota na integra, Clique Aqui.
A Ocupação segue na reitoria, e os estudantes estão precisando de doações: Água, colchões e comida são as principais demandas para a manutenção do movimento.
"Sobre o fato ocorrido no dia primeiro de outubro, quando estudantes do Campus de Rio das Ostras invadiram o prédio da reitoria e bloquearam os seus acessos com cadeados nas portas, esclarecemos os seguintes fatos:
1) Todas as vezes que os estudantes apresentaram as suas demandas, a gestão se portou com diálogo. Para a situação específica em Rio das Ostras, atuamos de maneira enérgica para tentar encontrar a solução adequada para atender o pedido dos estudantes de um restaurante universitário. Primeiramente, foram realizadas duas reuniões no gabinete da reitoria, em meados de julho, com a presença do Vice-Reitor, dos Pró-Reitores de Planejamento e de Assistência Estudantil, do Superintendente da SAEN, dos dois diretores e de representantes dos estudantes daquele campus, nas quais foi analisada a situação. Recentemente, foi criado um Grupo de Trabalho, composto por representações discentes de todos os campi de expansão, seus diretores de unidade e representantes da reitoria.
2) Além disso, a SAEN realizou, recentemente, duas visitas ao campus, uma em conjunto com órgãos da prefeitura, para buscar uma solução adequada. A questão fundamental é que o restaurante universitário não está previsto no Plano Diretor da Unidade. Ademais, o único terreno livre para construção já tem um projeto básico e executivo pago, da ordem de R$ 480 mil. Tal prédio (blocos A e B) estava previsto na expansão dessa unidade acadêmica. Desse modo, a alteração deste projeto configuraria – pelos órgãos de controle –improbidade administrativa, conforme consta do parecer da Procuradoria junto à nossa universidade.
3) Ao tentar pensar em outra solução, como a utilização dos demais terrenos que cercam o campus de Rio das Ostras, a SAEN foi informada pela prefeitura, na última quinta-feira (27/09), que estes espaços não estão legalmente disponíveis para a construção do restaurante universitário.
4) Cabe ainda ressaltar que a UFF, como os demais órgãos públicos, está sob a tutela da emenda constitucional nº 95/2016, que congela os investimentos da União por 20 anos. Assim, a previsão que temos é de estagnação do nosso orçamento no atual patamar, o qual já nos coloca em difícil situação para a manutenção de todos nossos serviços.
5) A emenda parlamentar no valor de R$ 1 milhão destinada à obra de um restaurante universitário é muito inferior ao custo estimado de R$ 10 milhões para a implantação deste equipamento. Ademais, o acréscimo de um novo restaurante acarretaria um aumento considerável em nosso custeio, o que ensejaria um desbalanceamento de nossas contas, sobretudo em virtude de um preço fortemente subsidiado há anos, no valor de 70 centavos para os estudantes.
6) A atitude dos estudantes de romper o diálogo deu-se unilateralmente, uma vez que todos os compromissos assumidos foram honrados. Uma próxima reunião para debater a situação do campus de Rio das Ostras já estava prevista, mas a decisão intempestiva e antidemocrática de invasão da reitoria e de interdição desse diálogo interrompeu tal cronograma."
Para ler a nota na integra, Clique Aqui.
A Ocupação segue na reitoria, e os estudantes estão precisando de doações: Água, colchões e comida são as principais demandas para a manutenção do movimento.
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