Por João Pedro Lima
Na quarta-feira
dia 15 de maio de 2019, estudantes e professores de universidades federais e
estaduais saíram nas ruas em protesto contra os cortes sofridos na educação
pelo novo governo. Além desse grupo diretamente afetado pelos cortes,
participaram da manifestação um grande número de pais de alunos, idosos contrários
ao governo e estudantes de colégios e de universidades particulares, além dos
trabalhadores que aplaudiam o ato pelas ruas em que ele seguia. A adesão do
público em geral mostra o grande descontentamento de uma parte da população com
as atitudes tomadas no governo bolsonarista.
No Rio de Janeiro,
aproximadamente 150 mil pessoas caminharam pela Av. Presidente Vargas, da praça
da Candelária até a Central do Brasil, em defesa da educação. Foi possível ver
diversos estudantes da educação básica presentes no ato, uniformizados e
andando em grupos, ecoando gritos de ordem. Ao lado dessa nova geração estava a
antiga, representada por um casal de idosos, acompanhando um neto, estudante do
Colégio Pedro II. A avó, que prefere não ser identificada, vê como algo
positivo a presença desses estudantes lá ao dizer que "é uma aula sobre a
vida e sobre direito do cidadão que estão tendo ao participar da
manifestação", mas fica receosa de deixar o neto ir sozinho, com medo dos
que ela chamou de "baderneiros que atrapalham o ato".
Além desse casal de
idosos, muitos pais e trabalhadores comuns presentes se diziam apoiadores dos
estudantes. Um comerciante do centro do Rio, que preferiu não se identificar,
afirmou que "esse é o primeiro passo para combater as 'burradas' do
governo" e ainda completou dizendo que "se a gente se unir e quiser,
derrubamos o presidente". As crianças também presentes, com os pais ou com
grupos escolares, se mostraram muito engajadas nas pautas reivindicadas,
mostrando que desde cedo têm aprendido sobre o momento que o Brasil está
passando. No final, ocorreram dois casos isolados de tumulto: em frente ao
monumento do Phanteom de Caxias houve confronto dos guardas do exército com
manifestantes encapuzados, decorrente de pedras jogadas em direção ao
monumento, e logo depois, próximo ao local, um ônibus foi incendiado pelo mesmo
grupo de pessoas. O ato terminou com gritos de "no dia 30 será maior
(referente ao outro ato contra o corte de verbas da educação marcado para o dia
30 de maio)".
Clivia Mesquita/Brasil de fato
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